terça-feira, 26 de maio de 2009

CantONGa

A verdade é que sempre quis fazer trabalho humanitário numa ONG. Nunca me tinha ocorrido a brilhante ideia de CRIAR uma ONG, mas S. Tomé é assim mesmo. Assim, é com muito orgulho que encabeço a CANTONGA, ONG de cantineiras, cuja missão é “melhorar a alimentação nas escolas”. Esta ONG, recentemente formada com a ajuda da Gigi, da Dite, da Indira da Jamira, da Antonia, da Hortência e da Plácida,e apadrinhada pelo João e pela Rita, aceita todo o tipo de donativos, quanto mais não seja para renovar a farda dos seus membros que consiste na utilização de um pano gabão na cabeça e de um avental do Big Brother.

sábado, 9 de maio de 2009

Novidades

Aos meses que não escrevo novidades, duvido que ainda saiba a passe da conta do blog (a ver vamos, se for publicado é porque não tou tão olvidada como penso). A quantidade de coisas novas que aconteceram nestes últimos tempos é inúmera!
Vou tentar manter os posts mais actualizados (acho que 1 x de 3 em 3 meses é cadinho pouco), mas fotografias continua a ser pouco provável.
Gostaria de avisar os demais, que hoje foi o dia da Inauguração do Centro de Apoio Nutricional de Caué (do qual estou muito orgulhosa!!). Resolvemos estabelecer um dress code: africano chick, sendo obrigatório a utilização de um avental do Big Brother (avental este meus amigos que tem sido a minha farda de trabalho nos últimos tempos).
A inauguração foi um Sucesso, apesar da Gigi (a cozinheira do hospital) ter tido algumas dificuldades em acertar com a fita na tesoura. Todos elogiaram o banquete que nós (eu a Rita e o João) preparámos… senhores! Ontem passei o dia enfiada na cozinha, sem água e sem luz a fazer comida para 60 pessoas! Digo-vos que foi um desafio, nível 35. No final do dia estava tão cansada como quando preparamos os jantares dos escuteiros, e com cheiro a ovo cru como quando faço baba-de-camelo para o fim-de-ano… saudades de casa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Comunicação eficaz

Por aqui ando numa labuta constante de roda dos meus inquéritos. Vou de aldeia em aldeia dizer aos felizes contemplados “ora conte-me lá, o que é que comeu ontem?”. A comunicação é de tal forma eficaz que se desenrolam diálogos como:
-Comeste banana ontem?
-Comeste!
-Banana quê?
-Banana (com) pêxi.
-Banana prata?
-Éeeeeee
-Banana cozida?
-Éeeeeeee
-Quantos dedos? (Nota da tradutora: significa quantas unidades)
-Éeeee
-Não, perguntei quantos dedos!
-Não sabi nao! Cadinho só!
-Mas mais ou menos, mais de 5?
- Seis só! Eu não gosta muito nao!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

2 down, 4 to go

Tou quase quase de regresso a Portugal (4 meses é um a estação e pouco mais) e o balanço destes 2 meses S. Tomenses parece-me positivo. Se não vejamos:
Fiz 250 inqueritos,
Reuni com pais e professores, onde organizámos uma “comissão apanhadora de jaca/fruta pão (dependendo do mês em questão)
Vi um parto
Mudei de nome de “Bárbara” para “Bábra” ou “Bábrinha”
A minha pele bronzeou mais que durante todo o verão passado
Fui habitat de uma matacanha
Já provei vinho da “Parma” (palma para quem não está familiarizado com o sotaque s.tomense). Nada mal hem?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

REVOLUCION!!!

Agora estou numa de revolucionária. Ontem revolucionei aquilo a que muito pomposamente apelindam de “armazem do hospital”, e fui louca o suficiente para colocar alimentos junto de alimentos e produtos de limpeza junto de produtos de limpeza. Hoje seguiu-se a cozinha.
Numa cozinha equipada maioritariamente por lenha, retirá-la para a divisão contigua pode, percebi hoje, apresentar-se facilmente como um desafio. Para além de que não é de forma alguma justo acabar com o ninho de uma vasta colónia de baratas na ante-véspera de Natal. Lamento não ter fotografado a expulsão daqueles ocupas que (a julgar pelo tamanho robusto) sobreviviam no aconchego da cozinha aos anos.
Só posteriormente me lembrei que fazer más-acções nas véspera de Natal pode ser perigoso. Espero, que a minha falta de tacto e bom senso não me coloquem na lista negra do Pai Natal.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Verde príncipe

Por aqui tudo é verde. Verde tropa, verde esmeralda, verde ranho, verde garrafa e toda a panóplia de tons “esverdaçantes” que vos possa vir à memória.
À semelhança do fim-de-semana passado, hoje fomos subir por mais um desses montes verdes que decoram a ilha. Surpresa das surpresas: por aqui, afinal, tudo é castanho. A lama é por certo tradicional no distrito de Caué e com facilidade se tornaria um símbolo nacional. O “Saber andar no mato” aqui ganha outros contornos. Como é natural, de todo o grupo que foi comigo, fui quem caiu mais vezes e com mais espetacularidade. No entanto, entristeceu-me a falta de silvas que se esqueceram de plantar por aqui. Amanhã vou à câmara, pode ser que dêem um jeitinho

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Kadjumbi

Aqui em Angolares acredita-se no Kadjumbi – espírito mau – e temos quase a certeza que é este que nos tem vindo a desregular o aparelho digestivo. Também o costumamos acusar quando se parte um prato, ou quando não conseguimos parar de rir. No outro dia fizemos também um Kadjumbi na cozinha que ficou irreconhecível.
Gostaria também de o poder culpar das estradas em más condições, das cozinhas sem fogões, das escolas sem hortas por causa das chuvas ou pelo cheiro a mijo nas ruas da cidade. Será que tem as costas suficientemente largas?